O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais na mama, decorrente de mutações que estimulam esse crescimento celular ou mutações que impedem o organismo de conter a proliferação celular, formando um tumor com potencial de invadir outros órgãos em alguns casos.
O sinal mais comum do câncer de mama é o aparecimento de nódulo geralmente indolor, duro e irregular. Em raros casos, há tumores que são de consistência macia, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são vermelhidão, edema de pele (semelhante à casca de laranja), abaulamento na mama, retração cutânea, inversão progressiva do mamilo, e descamação ou ferida do mamilo que não cicatriza. Linfonodos axilares endurecidos, aumentados de volume e indolores também fazem parte dos sinais encontrados nesta neoplasia. A secreção do mamilo quando é espontânea, de coloração transparente ou sanguinolenta, unilateral e que sai apenas por um único ducto no mamilo pode ser outro sinal possível do câncer.
Os sintomas decorrentes da presença do câncer de mama são escassos. Dor na mama, o sintoma mais comum relatado pelas pacientes no consultório, é raramente associado à presença do câncer. E é por esta razão que reforçamos a necessidade da realização dos exames de rastreamento (a mamografia) e o autoexame.
Anualmente, o câncer de mama apresenta um aumento preocupante em sua incidência, de acordo com os dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Além desta tendência crescente, a mortalidade em alguns Estados brasileiros também acompanha esta alta gradativa, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Uma arma eficaz no combate à redução da mortalidade por este câncer é o diagnóstico precoce, através do acesso à mamografia a partir dos 40 anos. A mamografia consegue, em muitos casos, detectar tumores em fases iniciais. Isso proporciona tratamentos mais eficazes e com maior chance de cura, com menor necessidade de tratamentos considerados agressivos (cirurgias radicais e/ou quimioterapia). Portanto, podemos dizer que a mamografia diminui a mortalidade pelo câncer de mama.
A Ultrassonografia e Ressonância Magnética das mamas também são exames complementares à mamografia, tendo a sua indicação avaliada em cada caso pelo mastologista.
Além disso, não se pode deixar de enaltecer a importância do autoexame das mamas. Ele propicia o autoconhecimento do corpo feminino, constituindo uma arma complementar no combate à esta doença. Importante frisar que o autoexame não substitui os exames de imagem (mamografia ou ultrassom) e não substitui o exame clínico realizado pelo médico em consulta presencial.
O câncer de mama também ocorre em homens, porém, representa poucos casos da doença.
O diagnóstico do câncer de mama, assim como outros tipos de câncer, deve ser realizado através da biópsia mamária. A biópsia ou estudo histopatológico, em geral, é o método de eleição e com alta acurácia para confirmar ou excluir a presença do câncer. A técnica de imuno-histoquímica pode ser necessária para confirmar o diagnóstico e também serve para definir o perfil do tumor, o que guiará o tratamento a ser realizado.
Dentre as técnicas de obtenção do material para análise, a maior parte é obtida através da core biopsy ou biópsia percutânea por agulha grossa. Além desta, biópsias percutâneas vácuo-assistidas e biópsias cirúrgicas (incisional ou excisional) complementam o time de procedimentos diagnósticos em mama.
Vale ressaltar que o diagnóstico do câncer de mama não é feito através do BIRADS. A sigla BIRADS (Breast Imaging Reporting and Data System) é apenas um referencial para a conduta médica, pois seus critérios se baseiam na probabilidade de câncer relacionando os achados de imagem.
Fonte: INCA